Na liturgia de hoje, na primeira leitura, nos mostra que a fidelidade a Deus, mesmo diante da perseguição e da ameaça de morte, é fonte de libertação. Daniel, lançado na cova dos leões, é protegido pelo Senhor, e sua confiança se torna testemunho para todos, inclusive para o rei pagão que reconhece o poder do Deus vivo. Daniel não abandona sua prática de rezar três vezes ao dia, mesmo sabendo que isso poderia custar-lhe a vida. Sua perseverança mostra que a oração é o centro da vida do fiel e não pode ser negociada diante das pressões do mundo.

A cova dos leões simboliza as situações de perigo e perseguição que enfrentamos. Daniel não tenta se defender com força humana, mas confia inteiramente em Deus. Isso nos ensina que a verdadeira segurança não está em estratégias humanas, mas na confiança no Senhor. Somos chamados a manter nossa fidelidade a Deus mesmo quando isso nos coloca em confronto com a lógica do mundo. A oração constante nos fortalece e nos dá coragem para enfrentar as “covas dos leões” de nossa vida: dificuldades, perseguições, medos. Quando permanecemos firmes, nossa vida se torna testemunho que pode levar outros a reconhecerem o Senhor.

No salmo responsorial temos, « Orvalhos e garoas, bendizei o Senhor! † Geada e frio, bendizei o Senhor! / Gelos e neves, bendizei o Senhor! »

No Evangelho, vemos a parte do chamado discurso escatológico de Jesus, em que Ele fala sobre a destruição de Jerusalém e os sinais do fim dos tempos. Embora as palavras possam soar duras, guerras, perseguições, sinais no céu, a mensagem central é de esperança e confiança em Deus. Jesus anuncia que a cidade será cercada e devastada. Isso se cumpre historicamente no ano 70 d.C., mas também simboliza todas as realidades humanas que parecem sólidas e acabam ruindo. O sol, a lua e as estrelas são descritos como abalados. É uma linguagem apocalíptica que mostra que até o universo criado será transformado. No meio da angústia, Jesus anuncia que veremos o Filho do Homem vindo com poder e glória. É a certeza de que Deus não abandona seu povo. “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”

O Evangelho não é para nos assustar, mas para nos preparar. As tribulações são reais, mas não têm a última palavra. O mundo pode parecer abalado, mas nossa fé nos lembra que o Reino de Deus é eterno e que Jesus virá em glória. Este Evangelho nos ensina que, diante das tribulações, não devemos nos desesperar, mas erguer a cabeça e confiar, o Senhor vem para nos salvar. O Evangelho nos convida a viver com esperança, vigilância e fé, certos de que a última palavra da história é a vitória de Cristo.

Na certeza que Deus não nos abandonará, nossa Quinta-feira se transforma em um caminho de esperança e confiança no Senhor.